"você acredita em médico?! não! vai por mim, põe uma roupa bem bonita, entorna uns gorós de cachaça e vai lá se vingar dessa pessoa sim. agora!"

domingo, 25 de julho de 2010

o caso de P. Garcia (parte III)

"...What am I coming to?
I'm gonna melt down
Blame it on the black star
Blame it on the falling sky
Blame it on the satellite that beams me home(...)"

Ele sabia.

O que o estagnava e devorava aos poucos. A presa.

Ele, não no centro da teia laboriosa secando ao tempo, à espera do triunfo final de seu dono. Mas aos cheiros de lírios e cravos amarelados, vermelhos, violetas, multicoloridos, celestes, psicodélicos - mutáveis - , quando sonhando com campos vastos, verdes e calmos, onde as copas das árvores  tocassem o céu, deixara, por descuido consciente de um belo encanto, que as agulhas venenosas dissimuladas em botões tocassem-lhe o corpo, como o fizeram.

Primeiro a afonia, em poucos minutos, a surdez; em contagem menor do que a anterior, a cegueira; no andar de poucas horas, a paralisia total.

Não haveria o encontro ou triunfo, o tempo revelara.  Não haveria outro sequer, assim como não havia mais o mesmo. Tudo fora se dissolvendo, a vontade diluía-se com o veneno.